Revista Poder

Lula descarta Pacheco para o STF e pede que senador dispute o governo de Minas

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se reuniram na noite desta segunda-feira (17) para tratar da sucessão no Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro, que durou cerca de 40 minutos e ocorreu a portas fechadas no Palácio do Planalto, confirmou um movimento já esperado nos bastidores: Lula comunicou que Pacheco não será seu indicado para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, aposentado no mês passado.

Segundo o próprio Pacheco, o presidente foi direto ao ponto e informou que sua escolha para o STF já estava feita. Em seguida, reforçou o desejo de que o senador dispute o governo de Minas Gerais em 2026. A conversa ocorreu sem a presença de assessores ou de outras lideranças políticas — o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não participou.

Em um primeiro momento, Pacheco evitou falar sobre o encontro, mas posteriormente confirmou o teor da conversa. “Tenho uma relação muito respeitosa com o presidente Lula. Divergimos e convergimos, mas sempre dentro da democracia”, afirmou à TV Globo. Mais tarde, detalhou a reunião ao blog. “O presidente disse que já havia tomado uma decisão sobre o STF, e eu disse que respeitava. Ele insistiu na candidatura ao governo de Minas, mas respondi que minha intenção, há algum tempo, é deixar a vida pública.”

Relatos feitos à reportagem indicam que Lula mencionou explicitamente o plano de ver o senador mineiro na disputa estadual, enquanto Pacheco reiterou que não pretende concorrer a nenhum cargo após o fim de seu mandato. A ideia de abandonar a política já havia sido declarada publicamente por ele em outras ocasiões.

Mesmo fora da lista de preferências do presidente, Pacheco continua sendo o nome mais bem avaliado entre senadores que acompanham o processo. Parte da Casa tem manifestado resistência ao nome de Jorge Messias, atual advogado-geral da União e apontado como favorito de Lula para a vaga. Messias enfrenta dificuldades para construir apoio suficiente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário, etapas obrigatórias para a confirmação de qualquer indicado.

A saída antecipada de Barroso abriu a terceira oportunidade de nomeação de Lula ao STF neste mandato. Além de Messias e Pacheco, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, também circula entre os cotados, embora não tenha o mesmo nível de articulação no Senado.

Apesar da pressão do Congresso, Lula deu sinais claros de que sua decisão já está tomada. Resta agora aos aliados no Senado avaliar o impacto da escolha presidencial e o custo político de uma eventual rejeição do nome indicado.

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