Revista Poder

O modelo de gestão que está atraindo governadores e virando referência nacional

Foto: Prefeitura de São José do Rio Preto

Em meio a um cenário nacional de restrição fiscal, aumento das demandas urbanas e pressão por modernização do setor público, diversas cidades brasileiras têm buscado novos referenciais de gestão. Entre elas, São José do Rio Preto desponta como o case mais observado por prefeitos e governadores. O município paulista implementou um pacote de reformas estruturantes que elevou seu padrão administrativo e se transformou em referência na adoção de tecnologia, parcerias público-privadas e rigor fiscal.

Governadores de vários Estados solicitaram relatórios técnicos e enviaram equipes para conhecer de perto o modelo — especialmente nas áreas de saneamento, digitalização, PPPs e reorganização financeira. Rio Preto passou a ser vista como um “laboratório” de boas práticas que podem ser aplicadas em escala estadual.

Marco de PPPs: segurança e aceleração de investimentos

Um dos eixos da transformação foi a atualização completa do marco legal de Parcerias Público-Privadas, que ficou mais de dez anos sem revisão. A nova legislação estabeleceu segurança jurídica reforçada, padronização técnica, previsibilidade regulatória, abertura a investidores qualificados e regras modernas de governança.
Com isso, projetos antes considerados inviáveis ganharam tração em áreas como educação, iluminação pública, mobilidade, infraestrutura e tecnologia. O município passou a figurar entre aqueles com maior maturidade jurídica para concessões — status que tem atraído a atenção de governos estaduais.

Smart Rio Preto: tecnologia aplicada à gestão

O programa Smart Rio Preto também chama atenção. Ele integra telemetria em tempo real, APIs unificadas, dados abertos, dashboards de transparência, automação de processos e sistemas de previsão de demanda.
Ao contrário de modelos tradicionais de “cidade inteligente”, o foco é a eficiência administrativa, posicionando o município na vanguarda da digitalização pública no Brasil.

Desenvolvimento econômico baseado em técnica

O plano Prospera Rio Preto reúne atração de empresas com critérios técnicos, desburocratização, requalificação urbana, estímulo à economia criativa e tecnológica e políticas de geração de emprego.
A combinação desses fatores transformou o município em um dos polos econômicos mais competitivos do interior paulista.

Recuperação fiscal e renegociação exemplar

A recuperação financeira da Emurb, empresa municipal de urbanismo, virou destaque nacional em seminários técnicos. Em seis meses de negociação com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a gestão reduziu mais de R$ 8 milhões em dívidas e baixou o passivo de R$ 12,9 milhões para R$ 4,9 milhões.
O prefeito Coronel Fábio Cândido afirma que a decisão exigiu “coragem e integridade”:

“Colocamos a Emurb de volta ao trilho com desconto superior a R$ 8 milhões, sem comprometer o orçamento.”

Saneamento integrado e alinhado ao novo marco

A transformação do SeMAE em Autarquia Plena de Saneamento unificou água, esgoto, drenagem e manejo de resíduos sólidos. O modelo opera com monitoramento em tempo real, redução de perdas e modernização técnica, atraindo especialistas e gestores estaduais que buscam reorganizar suas concessionárias.

Rigor fiscal e economia de R$ 70 milhões

Outro ponto decisivo foi o distrato unilateral, sem custos, de um empréstimo de R$ 649 milhões firmado na gestão anterior. A operação evitaria cerca de R$ 20 milhões em taxas e multas e abriu caminho para uma renegociação com a Caixa Econômica Federal, que deve gerar economia de aproximadamente R$ 70 milhões.
Os recursos disponíveis — cerca de R$ 320 milhões — serão investidos em manta asfáltica, infraestrutura urbana e obras em bairros regularizados. Segundo o prefeito, manter o contrato antigo poderia elevar tarifas de água em até 15%.

Um modelo nacional de gestão

Com reformas profundas, disciplina fiscal, modernização tecnológica e reorganização administrativa, São José do Rio Preto consolidou-se como o mais completo case de gestão municipal moderna do país. A experiência demonstra que eficiência não depende de grandes orçamentos, mas de planejamento estratégico, precisão técnica e compromisso com o cidadão.

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