Relator do Projeto de Lei Antifacções, o deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) afirmou, em entrevista à GloboNews, que deixará o governo de São Paulo em dezembro deste ano para retornar de forma definitiva à Câmara dos Deputados em fevereiro de 2025. O secretário de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) está afastado do cargo para relatar o projeto, mas diz já ter alinhado sua saída com o governador.
“Retorno agora, dia 24, e daí vou combinar com o governador o meu retorno definitivo pra Câmara. Mas pode ser que aconteça este ano ainda”, afirmou. Ele estimou em 9,9 em uma escala até 10 a chance de antecipar o retorno. Segundo Derrite, a movimentação também está ligada ao calendário político: “É um ano eleitoral, e as atenções já estão voltadas para o ano que vem”.
O deputado disse querer acompanhar de perto os debates sobre segurança pública, incluindo a PEC da Segurança proposta pelo governo Lula (PT). A saída ocorrerá quatro meses antes do prazo legal para quem pretende disputar as eleições de 2026 — ocupantes de cargos públicos devem deixar os postos até março.
Disputa pelo Senado
Derrite já admite publicamente que pretende disputar uma das duas vagas ao Senado por São Paulo em 2026. Ele afirma ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), peça considerada central para as candidaturas da direita em disputas majoritárias.
“Qualquer político da direita no Brasil que não tiver o aval de Bolsonaro dificilmente consegue se eleger”, disse. Sua migração do PL para o PP, segundo ele, foi acordada com Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o presidente do PP, Ciro Nogueira.
Dois nomes são cotados para substituí-lo na Secretaria de Segurança Pública: Osvaldo Nico Gonçalves, atual secretário-executivo da pasta, e Marcello Streifinger, secretário de Administração Penitenciária.
PL Antifacções
Aprovado pela Câmara nesta semana, o PL Antifacções teve relatoria de Derrite e enfrentou resistência tanto do governo Lula quanto de parte da oposição. O texto passou por seis versões até ser aprovado, com 370 votos a favor e 110 contra.
A proposta endurece penas, cria novos crimes relacionados à atuação de facções, amplia poderes investigativos e estabelece regras mais rígidas para líderes de organizações criminosas.
