Revista Poder

Lula viaja à África do Sul para cúpula do G20 com foco em economia, clima e minerais críticos

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou na noite de quinta-feira (20) para Joanesburgo, onde participa da 20ª cúpula de chefes de Estado e governo do G20, marcada para este sábado (22) e domingo (23). O grupo reúne 19 nações e a União Europeia, responsáveis por cerca de 80% da economia global. A edição anterior, realizada no Rio de Janeiro, foi presidida pelo Brasil.

Além da agenda coletiva, Lula deve realizar reuniões bilaterais à margem do encontro, entre elas um encontro já acordado com o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. Os dois conversaram por telefone nesta semana e decidiram aprofundar discussões sobre facilitação comercial e novas oportunidades de intercâmbio econômico entre os países. Outras conversas com líderes internacionais também estão previstas.

O governo brasileiro antecipou que as discussões do G20 deste ano se concentrarão em temas econômicos e socioambientais, incluindo mudança do clima, transição energética, minerais críticos e trabalho decente. Considerados estratégicos para a economia global, esses minerais são essenciais para a produção de baterias, turbinas eólicas, painéis solares e equipamentos eletrônicos.

De acordo com o embaixador Philip Fox-Drummond Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, o encontro em Joanesburgo terá três sessões principais: uma sobre crescimento sustentável — com foco em financiamento ao desenvolvimento, comércio e dívidas públicas —; outra sobre resiliência global, dedicada à mudança climática, à segurança alimentar e à transição energética; e uma terceira sobre um futuro mais justo, que discutirá o papel dos minerais críticos, trabalho decente e inteligência artificial.

O Brasil espera que a principal entrega do evento seja a Declaração de Líderes, ainda em negociação. Entre os avanços já consolidados, Gough destacou o pioneirismo da presidência sul-africana ao introduzir um documento específico sobre minerais estratégicos. “É a primeira vez que o G20 produz um texto sobre minerais críticos, reforçando a ideia de que os países devem buscar o beneficiamento de recursos na origem”, afirmou.

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