Revista Poder

Michelle visita Bolsonaro na PF após episódio da tornozeleira eletrônica

Michelle Bolsonaro || Crédito: Isac Nóbrega/PR

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esteve na Superintendência da Polícia Federal em Brasília no último domingo para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que permanece preso preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A presença dela ocorreu um dia depois da detenção, realizada nas primeiras horas de sábado, após a Polícia Federal identificar risco de fuga e constatar indícios de violação da tornozeleira eletrônica.

A autorização para a visita foi concedida pelo STF, que estabeleceu regras específicas para o acesso ao ex-presidente. Apenas advogados formalmente constituídos e pessoas previamente autorizadas podem entrar na sala onde ele se encontra. A determinação judicial também garante acompanhamento médico durante todo o período em que Bolsonaro permanecer na sede da PF.

O ex-presidente está acomodado em uma sala de aproximadamente doze metros quadrados, equipada com cama, banheiro, televisão e ar-condicionado. Ele deve permanecer no local até que o Supremo defina, na próxima semana, a unidade onde cumprirá a pena de vinte e sete anos e três meses pelo crime de tentativa de golpe de Estado, aguardando apenas o trânsito em julgado.

Antes da visita de Michelle, Bolsonaro participou da audiência de custódia, realizada no mesmo domingo. Ao ser ouvido, afirmou que a violação da tornozeleira aconteceu durante o que descreveu como um surto associado ao uso recente de medicamentos psiquiátricos. Relatou que está tomando pregabalina e sertralina, substâncias normalmente prescritas para ansiedade e depressão, e disse que vinha enfrentando noites de sono fragmentado.

Segundo seu depoimento, a inquietação e a sensação de paranoia o levaram a tentar manusear a tornozeleira com um ferro de solda. Ele alegou possuir conhecimento técnico para operar esse tipo de equipamento e contou que iniciou o procedimento por volta da meia-noite. Declarou ainda que interrompeu a ação ao perceber a gravidade do que fazia e que, em seguida, procurou os agentes de custódia para relatar o ocorrido.

Bolsonaro afirmou que nunca havia experimentado episódio semelhante e que começou a tomar um dos medicamentos apenas quatro dias antes dos fatos que resultaram em sua prisão. Também negou qualquer intenção de fuga.

Com a semana que se inicia, o STF deve avançar na definição do local definitivo de cumprimento da pena e na avaliação das circunstâncias que envolveram o incidente da tornozeleira, fatores que podem influenciar os próximos passos do processo.

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