Meta negocia compra de chips de IA do Google e aumenta pressão sobre a Nvidia

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A Meta está em negociações para investir bilhões em chips de inteligência artificial desenvolvidos pelo Google, movimento que pode redesenhar o mercado global de processadores avançados e pressionar a liderança da Nvidia, segundo informações do site The Information. A empresa de Mark Zuckerberg avalia utilizar as TPUs (Tensor Processing Units) em seus data centers a partir de 2027, além de considerar o aluguel dos chips pela divisão de nuvem do Google já no próximo ano.

O possível acordo representa um avanço importante para o Google, que tenta consolidar suas TPUs como alternativa viável às GPUs da Nvidia, hoje consideradas padrão ouro para grandes empresas de tecnologia e startups que desenvolvem modelos de IA.

Reação do mercado

A notícia mexeu com as bolsas. As ações da Nvidia caíram até 2,7% no after-market, enquanto os papéis da Alphabet, controladora do Google, subiram na mesma proporção. O movimento reforça o otimismo em torno dos avanços da companhia na área de IA, impulsionados pelo sucesso do modelo Gemini.

A decisão da Meta ganha ainda mais peso por vir de uma das empresas que mais investem no mundo em data centers e desenvolvimento de IA. Analistas avaliam que um contrato desse porte fortaleceria o Google como um fornecedor relevante de chips aceleradores, especialmente em um momento em que cresce a preocupação global sobre a dependência excessiva da Nvidia.

TPUs ganham força no setor de IA

As TPUs foram criadas há mais de uma década para lidar com tarefas específicas de inteligência artificial. Diferentemente das GPUs — projetadas inicialmente para gráficos, mas que se mostraram eficientes no treinamento de modelos de IA —, os chips tensores pertencem à categoria de circuitos integrados de aplicação específica. Essa característica permite alto desempenho com menor consumo energético, algo crucial para empresas que operam em larga escala.

O Google já utiliza amplamente suas TPUs em seus produtos e em modelos avançados desenvolvidos pela DeepMind, como o Gemini AI, e a empresa pretende expandir esse ecossistema para clientes corporativos.

Concorrência se intensifica

Antes da Meta, o Google já havia fechado um acordo para fornecer até 1 milhão de TPUs à Anthropic, competidora da OpenAI. A parceria chamou atenção por sinalizar que as grandes desenvolvedoras de IA estão dispostas a diversificar o uso de chips.

Após o anúncio, o analista Jay Goldberg, da Seaport, classificou o movimento como uma “validação poderosa das TPUs”, indicando que o mercado começa a enxergar o Google como um fornecedor secundário sólido para tarefas de inferência.

Impacto global

O reflexo também foi sentido na Ásia. A IsuPetasys, fornecedora de placas multicamadas para a Alphabet, subiu 18% na Coreia do Sul, enquanto as ações da MediaTek, em Taiwan, avançaram quase 5%.

Especialistas da Bloomberg Intelligence apontam que, com o capex da Meta projetado para ultrapassar US$ 100 bilhões até 2026, a empresa deve direcionar entre US$ 40 e 50 bilhões apenas para ampliar sua capacidade de chips de inferência — e uma fatia relevante desse valor pode ir para o Google Cloud.

 

Fonte: Bloomberg Línea