A gigante chinesa Anta Sports está analisando uma possível oferta para adquirir a Puma, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. A empresa, listada em Hong Kong e avaliada em cerca de US$ 31 bilhões, já trabalha com consultores para estudar a viabilidade da proposta — um movimento que, se avançar, poderá redesenhar o cenário global das marcas esportivas.
As conversas ainda são preliminares, mas pessoas próximas ao assunto afirmam que a Anta pode até se associar a um fundo de private equity para estruturar a oferta. A simples circulação da notícia fez as ações da Puma saltarem até 14% em Frankfurt, a maior alta desde setembro.
Concorrência possível: Li Ning e Asics observam o movimento
Outras empresas também estão monitorando a situação. A chinesa Li Ning, avaliada em quase US$ 6 bilhões, já teria iniciado discussões de financiamento com bancos, embora afirme que não conduz negociações “substantivas” relacionadas à Puma. A japonesa Asics também aparece como potencial interessada, segundo fontes.
Ainda assim, qualquer negociação pode enfrentar um obstáculo significativo: as expectativas de preço da família Pinault, acionista majoritária da Puma por meio da holding Artémis, que detém 29% da empresa.
Puma sob pressão e em busca de reinvenção
Antes da alta recente, as ações da Puma acumulavam uma queda de 62% em 2025, reduzindo seu valor de mercado para perto de €2,5 bilhões. A marca alemã vem passando por um período de reestruturação sob o comando do novo CEO Arthur Hoeld, que tenta recuperar relevância frente aos consumidores.
A empresa tem reforçado sua liderança com nomes experientes, como Andreas Hubert, ex-Adidas, contratado em julho para assumir o cargo de COO. Além disso, a Puma anunciou o corte de 900 postos de trabalho e um foco renovado em corrida, futebol e treinamento — áreas consideradas estratégicas para seu crescimento.
No marketing, a marca pretende contar histórias mais consistentes sobre seus produtos, buscando retomar o desejo do consumidor e fortalecer sua identidade global. Seu objetivo declarado é voltar a crescer até 2027 e se consolidar entre as três maiores marcas esportivas do mundo, com lucros sustentáveis no médio prazo.
Anta amplia presença global
A Anta tem avançado agressivamente no mercado internacional. Em 2019, liderou um consórcio que adquiriu a Amer Sports — dona de marcas como Salomon e Arc’teryx — por US$ 5,2 bilhões. Desde então, a Amer realizou um IPO em Nova York, e a Anta segue como seu maior investidor.
Diante desse histórico, analistas veem a possível aquisição da Puma como um passo lógico na expansão global da Anta — embora a concretização dependa de avaliações financeiras delicadas e da postura da família Pinault.
Por enquanto, nenhuma das empresas envolvidas comenta oficialmente o assunto.
Fonte: Bloomberg Línea
