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Trump anuncia que ofensivas terrestres contra o narcotráfico na Venezuela podem começar em breve

Foto Reprodução Instagram

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que operações terrestres voltadas ao combate ao narcotráfico na Venezuela devem ser iniciadas “muito em breve”. A declaração, feita durante uma conferência com militares, intensifica a retórica dura do governo americano em relação ao país vizinho.

Trump disse que, embora o tráfico marítimo tenha diminuído graças a ações recentes, o foco agora será impedir o transporte de drogas por terra, que ele classificou como “mais fácil”. Sem revelar datas, locais ou a forma das operações, limitou-se a afirmar que os EUA têm advertido Caracas a interromper o envio de “veneno” ao território americano.

A fala amplia a escalada verbal registrada ao longo da semana. Dois dias antes, o presidente já havia dito que poderia lidar com a Venezuela de maneira mais incisiva se julgasse necessário. Em conversa com repórteres a bordo do Air Force One, Trump foi questionado sobre a possibilidade de dialogar com o presidente Nicolás Maduro, a quem acusa de comandar uma organização criminosa. Ele respondeu que estaria disposto a buscar uma saída pacífica, mas não descartou alternativas mais duras caso não haja acordo.

No início da semana, Washington incluiu o chamado Cartel de los Soles em sua lista de organizações terroristas, afirmando que o grupo, supostamente ligado a Maduro, atua no envio de drogas aos Estados Unidos. O governo venezuelano nega qualquer envolvimento e especialistas contestam até mesmo a existência estruturada desse cartel.

As tensões vêm crescendo desde setembro, quando os Estados Unidos reforçaram sua presença militar no Caribe. Navios de guerra, caças F-35 e o porta-aviões Gerald Ford, o maior do mundo, foram deslocados para a região como parte de uma operação oficialmente dedicada ao enfrentamento do narcotráfico. A movimentação alimentou especulações sobre uma possível intervenção militar, hipótese reiteradamente rejeitada por autoridades americanas, que afirmam não haver planos “neste momento” para capturar ou eliminar Maduro.

Ainda assim, fontes ouvidas pelo site Axios indicaram que operações clandestinas dos Estados Unidos têm como alvo estruturas do tráfico de drogas, e não o líder venezuelano, embora admitam que sua saída do poder não seria vista com pesar em Washington.

Trump afirmou que a classificação do Cartel de los Soles como entidade terrorista fornece base legal para atacar alvos associados ao grupo em território venezuelano. Ele reiterou, no entanto, que essa não é a intenção imediata do governo, apesar de garantir que “todas as opções” permanecem em aberto.

O governo venezuelano reagiu duramente às declarações, acusando os Estados Unidos de tentarem promover uma mudança de regime. Autoridades de Caracas chamaram de “ridícula” a inclusão do Cartel de los Soles na lista de organizações terroristas e rejeitaram qualquer vínculo com o suposto esquema de tráfico.

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