Trump retira África do Sul do G20 e inaugura presidência americana com ruptura diplomática

Donald Trump | Foto: REprodução/X (@jimstewartson
Donald Trump | Foto: Reprodução/X (@jimstewartson

A gestão de Donald Trump no comando do G20 começou marcada por um gesto sem precedentes. Logo no primeiro dia da presidência americana do bloco, o governo dos Estados Unidos removeu do site oficial todas as referências à África do Sul, anfitriã da cúpula realizada neste ano e que não deverá ser convidada para o encontro do próximo. A página passou a exibir uma fotografia em preto e branco do presidente americano com a inscrição Miami 2026, acompanhada do slogan The Best Is Yet to Come, frase popularizada pela canção eternizada por Frank Sinatra.

A decisão ocorre após Trump ter boicotado a reunião de líderes em Joanesburgo, encerrada sem a presença oficial de Washington. O presidente acusa o governo sul-africano de discriminar a minoria branca e rejeita publicamente a condução política de Pretória. A exclusão anunciada agora marca a primeira vez que um integrante pleno é deixado de fora desde a criação do G20.

Além do veto, a administração americana descartou a pauta proposta pela presidência sul-africana, que defendia uma transição energética alinhada à justiça social e medidas para tornar sustentável o endividamento de países vulneráveis. Em comunicado, o Departamento de Estado afirmou que a nova liderança pretende devolver ao grupo seu suposto foco original: impulsionar prosperidade econômica, reduzir custos regulatórios, reforçar cadeias de energia consideradas seguras e estimular inovações tecnológicas.

Trump mantém postura cética diante das conclusões científicas sobre o aquecimento global e defende abertamente a indústria de combustíveis fósseis. Também tem repetido alegações da extrema direita sul-africana sobre um suposto genocídio contra agricultores brancos, narrativa rejeitada pelo governo da África do Sul, que nega existir qualquer política sistemática de perseguição a esse grupo.