O mercado financeiro brasileiro iniciou a terça-feira (9) em clima de cautela. O dólar operava em alta de 0,87%, cotado a R$ 5,4679 por volta das 11h20, enquanto o Ibovespa recuava 1,22%, aos 156.166 pontos. O movimento reflete a combinação de fatores externos e domésticos que mantêm investidores atentos e mais avessos ao risco.
Pressão internacional: emprego nos EUA e decisões de juros
No exterior, o foco está nos indicadores de trabalho dos Estados Unidos, como o relatório Jolts, que mede vagas abertas, e o levantamento da ADP sobre emprego privado. Esses números ajudam a calibrar as expectativas para a decisão do Federal Reserve, prevista para amanhã. O mercado projeta um corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos — um movimento que pode alterar o fluxo global de capitais.
Ao mesmo tempo, os Bancos Centrais dos EUA e do Brasil iniciam nesta terça suas reuniões de política monetária. No caso brasileiro, a expectativa dominante é de manutenção da Selic em 15% ao ano, enquanto investidores tentam antever quando começará o ciclo de cortes: janeiro ou março são os cenários mais prováveis.
Política interna volta a pesar
No Brasil, o ambiente político voltou ao radar após declarações de Flávio Bolsonaro, que reforçou que sua candidatura à Presidência em 2026 é “irreversível”. O tema ganhou mais força com manifestações de apoio de Tarcísio de Freitas, que destacou sua lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Na noite anterior, o senador se reuniu com líderes partidários em busca de apoio à pré-campanha.
Esse contexto tende a elevar a volatilidade, sobretudo em dias que já são considerados mais sensíveis por causa das decisões de juros.
Indicadores do mercado
Apesar da alta desta manhã, o dólar ainda acumula:
- –0,22% na semana
- +1,60% no mês
- –12,28% no ano
- Já o Ibovespa registra:
- +0,52% na semana
- –0,56% no mês
- +31,51% no ano
Superquarta no radar
A chamada “superquarta” promete ser o principal divisor de águas da semana. No Brasil, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, vem reforçando que as decisões da instituição seguem amparadas em dados, indicando permanência dos juros em patamares elevados por mais tempo.
Com política e juros em destaque, investidores devem manter prudência ao longo dos próximos dias, atentos a qualquer sinal que possa influenciar a trajetória da moeda e da bolsa.
Fonte G1/ Globo
