Lula diz que Itália pediu prazo extra para avançar em acordo entre UE e Mercosul

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (18) que a Itália pediu mais tempo para concluir o processo interno de aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Segundo Lula, a solicitação partiu da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que enfrenta resistências políticas no país, especialmente de setores ligados à agricultura.

O tratado, negociado há mais de 25 anos, chegou a ser cogitado para assinatura durante a Cúpula de Líderes do Mercosul, marcada para este sábado (20), em Foz do Iguaçu. No entanto, além da oposição já conhecida da França, a Itália passou a demonstrar dificuldades em avançar com o aval final.

De acordo com o presidente, Meloni afirmou não ser contrária ao acordo, mas destacou o momento delicado no cenário político interno. Ela teria pedido um prazo adicional que pode variar de uma semana a, no máximo, um mês, para tentar convencer os agricultores italianos a aceitarem os termos do tratado. Lula disse que levará o pedido para discussão entre os demais presidentes do Mercosul.

Durante entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente brasileiro ressaltou a relevância política e estratégica do acordo, que envolve cerca de 722 milhões de pessoas e movimenta aproximadamente US$ 22 trilhões. Para Lula, o tratado representa uma resposta concreta em defesa do multilateralismo, em um contexto global marcado pelo avanço de posições unilaterais.

O Brasil ocupa neste semestre a presidência do Mercosul, e a conclusão do acordo com a União Europeia é uma das prioridades do governo. Apesar disso, o texto ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu para que a assinatura seja formalizada. Lula reconheceu que, se o acordo não estiver pronto neste momento, será necessário aguardar, mantendo a expectativa de avanço nos próximos dias.

O presidente também destacou a importância do engajamento direto dos líderes europeus nas negociações e afirmou que tem buscado diálogo em diferentes frentes para destravar o impasse. Segundo ele, as salvaguardas previstas no tratado garantem a proteção do mercado agrícola europeu, principal ponto de preocupação dos países que resistem ao acordo.

Fonte: Agencia Brasil