
Os mercados aguardam com cautela os próximos movimentos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos
Os mercados financeiros começaram o dia em alerta máximo. O dólar disparou e o Ibovespa recuou, refletindo a ansiedade dos investidores diante de duas decisões importantes. Hoje, o Federal Reserve, nos Estados Unidos, e o Copom, no Brasil, definem os próximos passos das taxas básicas de juros em seus países.
Dólar se aproxima dos R$ 5,74
Durante a manhã, a moeda americana ultrapassou os R$ 5,74, impulsionada pela cautela generalizada. Às 11h30, o dólar registrava alta de 0,39%, sendo negociado a R$ 5,7322. Esse movimento representa uma acumulação de ganhos na semana e no mês, embora o saldo no ano ainda seja de queda.
Esse avanço reflete o comportamento típico do mercado em momentos de incerteza, quando os investidores procuram proteção em ativos considerados mais seguros, como o dólar.
Ibovespa recua com menor apetite por risco
Enquanto o dólar subia, o principal índice da B3 registrava queda de 0,26%, atingindo 133.168 pontos. O desempenho negativo reflete o menor apetite por risco antes das decisões do Fed e do Copom.
Essa movimentação ocorre mesmo com o histórico recente de fortes ganhos na bolsa brasileira, que acumula uma valorização de 11% no ano. A leitura é clara: o mercado está em modo de espera.
O que o Fed pode sinalizar
Nos Estados Unidos, o mercado não espera mudanças imediatas nas taxas de juros, que devem permanecer entre 4,25% e 4,50% ao ano. Porém, o foco está nas mensagens que o Fed pode emitir após a reunião.
A expectativa é que o comunicado mencione os impactos das novas tarifas comerciais implementadas por Donald Trump. As medidas podem elevar a inflação e, ao mesmo tempo, frear o consumo e o crescimento econômico.
Investidores buscam entender se o Fed continuará firme no combate à inflação ou se adotará um tom mais cauteloso diante do risco de desaceleração.
Copom deve elevar juros pela sexta vez
No Brasil, a expectativa é de uma nova alta da Selic, atualmente em 14,25% ao ano. Caso se confirme o aumento de 0,50 ponto percentual, a taxa atingirá 14,75% ao ano, no que seria a sexta elevação consecutiva.
Essa série de aumentos reflete o esforço do Banco Central para conter uma inflação persistente, que fechou 2024 acima da meta de 3%.
Mais do que o número em si, o mercado está atento ao tom do comunicado do Copom. Há dúvidas se o BC indicará o fim do ciclo de alta ou se deixará espaço para novos aumentos nos próximos meses.