
O dólar encerrou esta quinta-feira em queda de 1,47%, cotado a R$ 5,66, após o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido. Esse foi o primeiro tratado firmado entre os dois países desde a imposição das “tarifas recíprocas”, em vigor desde abril.
O entendimento animou os mercados globais, principalmente por indicar um possível arrefecimento nas tensões comerciais promovidas pela política tarifária dos EUA. O pacto prevê redução de tarifas para produtos americanos e maior acesso aos mercados britânicos.
Impacto imediato no câmbio e na bolsa
Com o alívio externo, o Ibovespa avançou 2,12%, alcançando 136.231 pontos — seu nível mais alto desde setembro de 2024. Ao longo do pregão, chegou a atingir uma pontuação histórica de 137.634.
Enquanto isso, o dólar, que vinha pressionado por incertezas externas e juros elevados no Brasil, recuou com força. Apesar da valorização na sessão anterior, a moeda americana fechou em queda, quebrando a sequência de altas recentes.
Decisões sobre juros reforçam o otimismo
Outro fator decisivo foi a atuação dos bancos centrais. No Brasil, o Copom elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, maior nível em duas décadas. No entanto, o tom mais cauteloso e flexível do comunicado indicou que a instituição pode interromper o ciclo de alta nas próximas reuniões, dependendo dos dados econômicos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve os juros estáveis pela terceira vez consecutiva, reforçando que ainda há incertezas sobre os rumos da economia global — especialmente por conta da política comercial do governo Trump.
Acordo comercial reacende esperança global
O novo pacto entre os dois gigantes vai além das tarifas. Ele também estabelece zonas de cooperação para aço, alumínio e farmacêuticos, além de zerar impostos sobre alguns setores estratégicos. Segundo Donald Trump, o tratado pode gerar até US$ 5 bilhões em exportações adicionais para os EUA.
O mercado interpretou o movimento como um possível início de uma nova fase nas relações comerciais internacionais. Trump afirmou que outros países já demonstraram interesse em seguir o mesmo caminho.
Perspectivas para o investidor
A soma do acordo internacional com a possibilidade de desaceleração nos juros brasileiros trouxe ânimo aos investidores. Papéis como os da Azzas, Movida e Bradesco lideraram os ganhos, com destaque para a Azzas, que subiu mais de 22%.
Mesmo com o bom humor no dia, especialistas alertam para a continuidade da cautela. O cenário externo permanece volátil, e novas decisões políticas podem mexer novamente com os mercados.