Trump corta Harvard de programa que permite entrada de alunos internacionais

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Reprodução: Instagram (@realdonaldtrump)

O governo dos Estados Unidos proibiu Harvard de receber estudantes estrangeiros a partir do próximo ano letivo. A decisão foi comunicada em uma carta enviada à universidade na quinta-feira (22). O documento, assinado pela secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, anuncia a revogação imediata da certificação que permite a entrada de alunos com visto F e J.

Com essa revogação, Harvard não poderá matricular alunos internacionais no ano letivo de 2025–2026. Hoje, mais de 27% dos seus estudantes vêm de fora dos Estados Unidos.

Universidade responde

A resposta de Harvard veio poucas horas depois. A instituição classificou a decisão como ilegal e afirmou que a medida coloca em risco toda a comunidade acadêmica. Para a universidade, a presença de estudantes e pesquisadores estrangeiros enriquece a formação e fortalece o diálogo internacional.

Além disso, Harvard declarou estar comprometida em garantir o acesso de alunos do mundo inteiro e que continuará lutando para reverter a decisão.

Acusações políticas

Segundo o governo, Harvard estaria falhando em colaborar com investigações sobre segurança nos campi. A carta menciona que a universidade “cria um ambiente inseguro” e acusa a instituição de ser simpática ao Hamas e de aplicar políticas racistas de inclusão.

Em publicações nas redes sociais, Noem afirmou que outras universidades devem ver a decisão como um alerta. Ela também acusou Harvard de atuar em colaboração com o Partido Comunista da China, sem apresentar provas.

Reação internacional

A China reagiu duramente. Em declaração oficial, o país condenou o que chamou de “politização dos intercâmbios acadêmicos” e afirmou que a decisão pode prejudicar a imagem internacional dos Estados Unidos.

Enquanto isso, um juiz federal suspendeu temporariamente os efeitos da medida, embora ainda não esteja claro se essa decisão protege os alunos de Harvard. O juiz criticou a ação do governo por gerar instabilidade e prejuízos à vida dos estudantes.

Conflito em andamento

Diferente de outras universidades, Harvard decidiu enfrentar judicialmente o governo. A instituição entrou com um processo para barrar tentativas de mudança no currículo, nas políticas de admissão e na contratação de professores.

Além da revogação do Sevis, o governo também anunciou o corte de US$ 450 milhões em subsídios federais. Com isso, Harvard pode perder ao todo mais de US$ 2,6 bilhões em recursos públicos.

Privilégio ou direito?

A secretária Kristi Noem declarou que permitir a presença de alunos internacionais nas universidades americanas “é um privilégio, não um direito”. Ela afirmou ainda que Harvard se beneficia de matrículas elevadas para aumentar seus fundos bilionários.

Com mensalidades que chegam a US$ 87 mil por ano, Harvard é considerada a universidade mais rica dos Estados Unidos. Mesmo assim, segue em disputa com o governo por sua independência acadêmica.