Comando C4, que cobrava até R$250 mil para matar ministros do STF, é preso pela Polícia Federal

Polícia Federal || Créditos: Arquivo PF

A Polícia Federal prendeu cinco pessoas suspeitas de fazer parte de um grupo criminoso que oferecia serviços de assassinato por encomenda. O grupo, que agia em pelo menos três estados, tinha como alvos principais ministros do STF, senadores e outras autoridades.

As investigações revelaram que os criminosos cobravam até R$ 250 mil por execução. Eles também ofereciam valores menores para vítimas comuns, chegando a R$ 50 mil.

Plano envolvia civis e militares

O grupo se chamava Comando C4 e incluía civis e militares entre seus integrantes. Eles se apresentavam como uma força contra comunistas, corruptos e criminosos. No entanto, as ações planejadas envolviam monitoramento ilegal, violência premeditada e tentativa de desestabilizar instituições.

As prisões ocorreram durante uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.

Senador estava entre os alvos

Entre os nomes monitorados pelo grupo estava o senador Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado. Ele declarou estar chocado com a gravidade do caso e pediu que os responsáveis sejam punidos com rigor.

Além dele, ministros do Supremo Tribunal Federal também estavam na mira dos criminosos. A PF descobriu que eles eram observados de perto, com relatórios de rotina, mapas e movimentações.

Esquema veio à tona após análise de celular

A Polícia Federal encontrou pistas sobre o plano enquanto investigava um esquema de venda de sentenças judiciais. O caso está sob sigilo e envolve processos conduzidos pelo ministro Cristiano Zanin, do STF.

As evidências começaram a surgir após a análise do celular de Roberto Zambieri, um advogado assassinado em 2023. Nas mensagens, havia conversas sobre influência indevida em processos e até acesso irregular a informações sigilosas.

Judiciário reage às ameaças

A Associação dos Juízes Federais do Brasil manifestou preocupação com o caso. Em nota, a entidade afirmou que ameaças desse tipo colocam em risco a democracia e o funcionamento das instituições.

Mesmo sem investigação formal contra ministros, o inquérito apura ações de servidores ligados a gabinetes do STF. Também há conexões com processos no Superior Tribunal de Justiça, o que amplia o alcance das apurações.