O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, confirmou nesta quarta-feira (4) que o surto de gripe aviária registrado em Montenegro (RS) foi completamente controlado. Segundo ele, a doença não ultrapassou os limites da granja, e o ambiente segue sob vigilância sanitária rigorosa.
Durante entrevista coletiva, Fávaro explicou que o local afetado passou por desinfecção completa, e nenhuma morte de aves foi registrada nos últimos 14 dias. Isso indica que o vírus H5N1 não se propagou.
“Se o vírus tivesse saído da granja, já teríamos novos casos ou mortes. Como isso não ocorreu, está claro que o foco foi contido”, afirmou o ministro.
Período de segurança ainda está em curso
Após o fim da desinfecção da granja, iniciado em 22 de maio, o governo começou a contar o chamado “vazio sanitário” — um período de 28 dias sem novos casos. Esse tempo é necessário para confirmar que o vírus foi eliminado e que o ambiente está livre de contaminação.
Se nenhum novo caso for confirmado até 18 de junho, o Brasil poderá declarar-se livre da gripe aviária em granjas comerciais. Isso é fundamental para que as exportações de carne de frango voltem ao normal.
Novo caso está sendo investigado
Apesar da situação controlada em Montenegro, uma nova suspeita foi identificada em uma granja comercial em Teotônia (RS). Aves apresentaram sintomas da doença ao chegarem ao abatedouro, e o material foi encaminhado ao laboratório para análise.
O diretor substituto do Departamento de Saúde Animal, Bruno Cotta, explicou que o caso está em investigação. Ainda não há confirmação da presença do vírus, mas o local está sendo monitorado de perto.
Impacto nas exportações continua
O primeiro surto, detectado no fim de maio, levou mais de 30 países e blocos comerciais a suspenderem total ou parcialmente as compras de frango do Brasil. A China e a União Europeia, por exemplo, bloquearam importações de todo o país.
Outros países, como Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita, adotaram restrições mais específicas, limitando-se a suspender compras de algumas regiões do Rio Grande do Sul.
Mesmo assim, o ministro Fávaro afirma que os prejuízos são controláveis, já que 70% da produção brasileira é consumida internamente.
Governo busca retomar exportações
As negociações com os países importadores já começaram, segundo o ministro. A União Europeia enviou um questionário ao Ministério da Agricultura, que já respondeu. A expectativa é que restrições sejam flexibilizadas após o fim do período sanitário.
“Sabemos que há impacto comercial, mas estamos trabalhando para que o Brasil retome suas exportações com segurança e confiança internacional”, disse Fávaro.