
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu antecipar a liberação de R$ 776 milhões em emendas parlamentares. A medida ocorre em um momento de forte pressão no Congresso por causa do recente aumento no IOF, imposto que incide sobre investimentos como LCI, LCA e debêntures.
Os dados, extraídos do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), mostram que a maior parte dos empenhos aconteceu entre os dias 12 e 19 de junho. Só nesse intervalo, o volume cresceu R$ 682,8 milhões.
Pressão política e articulação nos bastidores
A liberação das emendas coincide com a estratégia do Planalto de reforçar sua base de apoio. Com o avanço do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025, que tenta derrubar o aumento do IOF, o governo teme uma derrota no plenário.
A aprovação da urgência do projeto na Câmara, com 346 votos favoráveis, acendeu o alerta. Para evitar o avanço da proposta, o governo busca conquistar apoio usando recursos orçamentários como ferramenta política.
Oposição critica atitude do governo
A oposição reagiu de forma dura. O senador Rogério Marinho (PL-RN) acusou o governo de “aumentar impostos e cortar investimentos”, penalizando a população. Para ele, o Planalto optou por um caminho mais fácil em vez de propor reformas estruturantes.
Outros parlamentares afirmam que o uso de emendas como moeda de troca é uma prática antiga, mas ainda questionável. Eles cobram mais transparência e previsibilidade na gestão do dinheiro público.
Estratégia fiscal do governo
A proposta do novo IOF faz parte do Decreto 12.499/2025, assinado pelo ministro Fernando Haddad. Com ele, o governo pretende aumentar a arrecadação e manter as metas fiscais previstas para o ano.
Mesmo com o desgaste, o governo insiste que a medida é necessária para o equilíbrio das contas públicas. Segundo a equipe econômica, interromper o decreto causaria um rombo bilionário e poderia gerar novos cortes no orçamento.