
A economia argentina iniciou 2025 em recuperação. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (23) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,8% no primeiro trimestre, em comparação com os últimos três meses de 2024.
Na comparação anual, o avanço foi ainda mais expressivo: 5,8% frente ao primeiro trimestre do ano passado, o maior crescimento desde 2022, quando o país ainda se recuperava dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19. O desempenho, embora positivo, ficou levemente abaixo da projeção de mercado, que estimava uma expansão de 6,1%, segundo a agência Reuters.
O presidente Javier Milei comemorou os números em publicação na rede X (antigo Twitter), chamando o resultado de “fantástico”. No mesmo post, ele criticou veículos de imprensa que deram destaque à queda nos gastos públicos.
Apesar da melhora nos indicadores, os efeitos da política econômica do governo seguem sendo sentidos. A austeridade fiscal imposta desde o início do mandato de Milei ajudou a estabilizar as contas públicas, mas impactou negativamente a atividade econômica nos primeiros meses de 2024. Salários de servidores continuam defasados frente à inflação, e cortes em programas públicos geraram tensão social.
No comércio exterior, o desempenho das exportações — com alta de 7,2% — foi comemorado pelo ministro da Economia, Luis Caputo, que classificou o resultado como recorde para o período. No entanto, o crescimento expressivo das importações (42,8%) reduziu o saldo positivo do setor.
A pesquisa mais recente do Banco Central da Argentina com analistas aponta para uma expectativa de crescimento de 5,2% no PIB ao longo de 2025. A consolidação dessa recuperação, no entanto, dependerá da manutenção da estabilidade fiscal e de sinais mais claros de retomada no consumo interno.
Fonte: Globo