
Júri condena réu por homicídio qualificado por motivo fútil
O Tribunal do Júri de Guarulhos, na Grande São Paulo, condenou Antônio Tavares da Silva a 12 anos de prisão em regime fechado. A decisão foi anunciada na quinta-feira (31), após julgamento que durou cerca de 10 horas. O réu foi acusado de matar Pedro Albieri, de 17 anos, com uma facada no peito.
A acusação sustentou que o crime foi cometido por motivo fútil. O caso ocorreu em setembro de 2023 e teve grande repercussão na cidade. Ao longo do julgamento, seis testemunhas foram ouvidas, além do interrogatório do próprio réu.
Família busca consolo após sentença
Após o fim da sessão, o advogado da família, Marcello Primo, declarou que a condenação trouxe algum alívio para os parentes da vítima.
“Depois de 10 horas de julgamento, acabou a sentença agora e o acusado foi condenado a 12 anos de prisão. Estamos aqui, a defesa, em nome da família. Claro, não vai trazer o Pedro de volta, mas pelo menos hoje pudemos ter a certeza de justiça. A família está com coração apertado, mas com dever cumprido”, afirmou o advogado.
A mãe de Pedro, emocionada, também comentou a decisão: “A Justiça de Deus e dos homens foi feita”.
Entenda como o crime aconteceu
O assassinato ocorreu na quinta-feira (07 de setembro), enquanto Pedro e a namorada caminhavam em direção a um mercado no bairro. Segundo o depoimento da jovem à polícia, um homem que dirigia um carro se aproximou e fez comentários em sua direção. Pedro se incomodou com a abordagem e foi tirar satisfação.
Conforme o relato da jovem, o adolescente só aceitaria uma briga se o homem largasse uma maleta que carregava. Em seguida, Pedro pegou uma pedra. O homem, então, entrou em uma casa nas proximidades e saiu com uma faca em mãos.
Logo depois, ainda de acordo com a namorada, ela viu Pedro caído, já ferido. Não presenciou o momento exato da facada. O agressor fugiu em um carro cinza logo após o crime.
Câmeras mostram últimos momentos antes do ataque
Uma câmera de segurança instalada na rua captou parte da movimentação antes da tragédia. As imagens mostram Pedro e a namorada saindo de casa e seguindo pela calçada. Pouco depois, motociclistas que passavam pela via viraram-se para trás, aparentemente alertados por algo fora do comum.
Na sequência, um homem entrou apressado em um carro e deixou o local rapidamente. Em seguida, a jovem foi vista correndo de volta para casa, sozinha.
Mãe relembra últimos instantes com o filho
Em entrevista à TV Globo, a mãe de Pedro, Ângela Fialho, relatou os momentos de desespero vividos com o marido. Eles mesmos levaram o filho ferido ao hospital municipal, conhecido como “Vermelhinho”. No entanto, ele não resistiu.
“Eles estavam saindo de casa e indo ao mercado quando esse monstro mexeu com eles. Acho que deve ter mexido com a namorada, e meu filho retrucou. Ele chamou meu filho para briga. Meu filho disse que iria para briga se ele soltasse uma maleta que estava segurando. Então, ele pegou uma faca e foi para cima e enfiou essa faca no peito dele, acabou pegando o coração.”
Tragédia que marcou a comunidade
A morte de Pedro gerou comoção entre amigos, vizinhos e familiares. Jovem querido na região, ele foi lembrado por sua alegria e dedicação aos estudos. A condenação do réu não apaga a dor, mas representa um passo importante para a família, que luta desde então por justiça.