Defesa diz que exames confirmam duas hérnias e reforça pedido de cirurgia para Bolsonaro no STF

Jair Bolsonaro || Crédito: Isac Nóbrega/PR

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro informou neste domingo (14) que exames de ultrassonografia realizados hoje confirmaram a existência de duas hérnias inguinais na região abdominal. Diante do resultado, os advogados afirmaram que irão reforçar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido para que o ex-mandatário seja submetido a uma cirurgia em breve.

Segundo publicação feita por um dos advogados nas redes sociais, a equipe médica que acompanha Bolsonaro esteve na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde ele está preso, e recomendou o procedimento cirúrgico como única forma de tratamento definitivo. As hérnias são do tipo bilateral, quando o problema ocorre nos dois lados da região inguinal.

O exame havia sido solicitado pela defesa na última quinta-feira (11) e autorizado no sábado (13) pelo ministro Alexandre de Moraes. A ultrassonografia foi realizada nas próprias dependências da PF, pela equipe médica particular do ex-presidente.

Bolsonaro está detido desde 25 de novembro, cumprindo pena após condenação no STF por liderar uma organização criminosa acusada de articular uma tentativa de golpe de Estado.

Além do pedido feito pela defesa, Moraes determinou que a Polícia Federal realize uma perícia médica oficial para avaliar a real necessidade da cirurgia. Na decisão, o ministro destacou que os exames apresentados anteriormente pelos advogados tinham mais de três meses e, portanto, não refletiam necessariamente o quadro atual de saúde do ex-presidente.

No pedido de autorização para o ultrassom, a defesa argumentou que se trata de um procedimento simples, não invasivo e que poderia ser feito no local, justamente para atualizar os dados clínicos e subsidiar a perícia da PF sem atrasar o andamento do processo. Os advogados também atribuíram caráter de urgência à solicitação.

Em documentos enviados ao STF, a defesa anexou relatório médico indicando a necessidade de intervenção cirúrgica. Segundo os profissionais que acompanham Bolsonaro, ele tem apresentado dores e desconforto na região inguinal, agravados pelo aumento da pressão abdominal causado por crises recorrentes de soluços.

Os advogados afirmam ainda que o ex-presidente já precisou de atendimento hospitalar em razão desses episódios, que teriam provocado falta de ar e até desmaios. Para a defesa, o quadro representa risco de descompensação súbita e exige atenção imediata do Supremo quanto à autorização para o procedimento.