PIB de 2025 tem previsão de alta e mercado reage com otimismo

Mais de 48 milhões de contas possuem valores não movimentados, segundo o Banco Central.
Foto: Reprodução / Agência Brasil

O mercado financeiro aumentou a previsão de crescimento da economia brasileira em 2025. A nova estimativa subiu de 2,02% para 2,14%, segundo dados do relatório Focus, publicado pelo Banco Central nesta segunda-feira (26).

O relatório reúne a opinião de mais de 100 instituições financeiras e serve como termômetro da confiança no futuro da economia. O PIB, que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é usado como principal indicador do desempenho econômico.

Inflação segue estável, mas ainda preocupa

Apesar do otimismo com o crescimento, a expectativa para a inflação de 2025 continua alta. O mercado manteve a projeção em 5,50% ao ano, valor que ainda está acima do teto da meta, fixado em 4,5%.

Esse descompasso levanta alertas, já que preços em alta reduzem o poder de compra da população, principalmente entre os que recebem salários mais baixos. Para 2026, a inflação esperada ficou em 4,5%, e em 2027, 4%.

Desde janeiro de 2025, está em vigor o novo sistema de metas contínuas, que considera como cumprida a meta se a inflação ficar entre 1,5% e 4,5%. Se o índice ultrapassar esse limite por seis meses seguidos, o Banco Central precisa explicar os motivos ao Ministério da Fazenda.

Juros permanecem altos

Mesmo com a projeção de crescimento, o mercado ainda vê juros elevados nos próximos anos. Para 2025, a expectativa da taxa básica de juros (Selic) segue em 14,75% ao ano. Em 2026, a projeção permanece em 12,50%, e em 2027, 10,50%.

Essa manutenção mostra a cautela do Banco Central no combate à inflação. Como os efeitos da Selic demoram meses para impactar a economia, as decisões atuais já miram o que acontecerá até meados de 2026.

Dólar, exportações e investimentos

Além do PIB e da inflação, o relatório também trouxe outras previsões:

  • O dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,80, ligeiramente abaixo da estimativa anterior.

  • A balança comercial (diferença entre exportações e importações) deve registrar um superávit de US$ 74,8 bilhões.

  • Os investimentos estrangeiros diretos devem alcançar US$ 70 bilhões tanto em 2025 quanto em 2026.

Esses números indicam uma melhora nas expectativas sobre a entrada de capital externo e o desempenho do comércio internacional do Brasil.