
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, segundo divulgou o IBGE nesta sexta-feira (30). O resultado veio acima do fim de 2024 e foi puxado, mais uma vez, pela força do setor agropecuário.
Safra recorde impulsiona o crescimento
A principal razão para esse desempenho foi a safra abundante de produtos como soja, milho e arroz. O setor agropecuário registrou um crescimento expressivo de 12,2% entre janeiro e março. Esse avanço compensou a estabilidade da indústria, que variou -0,1%, e o crescimento tímido dos serviços, com alta de apenas 0,3%.
A produção de soja, por exemplo, cresceu 13,3%, seguida por arroz (12,2%) e milho (11,8%). Esse comportamento era esperado, já que o início do ano coincide com o período de colheita dessas culturas.
Serviços avançam com tecnologia
O setor de serviços teve crescimento modesto, mas áreas específicas como informação e comunicação registraram alta de 3%. Esse dado reforça a importância da tecnologia para o desempenho econômico, mesmo em meio a juros elevados.
Indústria ainda encontra dificuldades
A indústria, por outro lado, segue enfrentando obstáculos. Houve queda nas indústrias de transformação (-1,0%) e na construção civil (-0,8%). Por outro lado, o segmento de indústrias extrativas avançou 2,1%, ajudado pela produção de minérios e energia.
Consumo e investimentos crescem
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias aumentou 1%. Isso se deve ao aumento da massa salarial e à maior oferta de crédito. Os investimentos também surpreenderam e subiram 3,1% no trimestre, com destaque para a importação de plataformas de petróleo e o desenvolvimento de softwares.
As exportações subiram 2,9%, enquanto as importações cresceram 5,9%, o que indica maior circulação de bens no país.
Comparação com 2024 mostra avanço
Em relação ao mesmo período de 2024, o PIB cresceu 2,9%. O agro teve aumento de 10,2%, e a indústria cresceu 2,4%, graças à recuperação da construção civil e das indústrias de transformação. O setor de serviços também teve melhora generalizada.
Mesmo com o desempenho abaixo das expectativas do mercado (que previa 1,5%), o governo manteve sua projeção de alta de 2,4% para 2025. Segundo a equipe econômica, o país segue mostrando resiliência, mesmo diante de um cenário de juros elevados.