Mesmo com alta pelo quarto mês seguido, ritmo desacelera e preocupa o mercado
O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (16) que a atividade econômica brasileira cresceu 0,2% em abril, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br). Esse foi o quarto mês consecutivo de alta, mas a desaceleração em relação a março, quando o crescimento foi de 0,7%, chamou atenção.
O resultado considera o ajuste sazonal, que elimina efeitos típicos de cada época do ano, permitindo uma comparação mais fiel entre os meses.
Indicador sobe, mas com menos força
Apesar do crescimento, os dados mostram que a economia perdeu ritmo. O resultado de abril veio bem abaixo do registrado no mês anterior. Ainda assim, o índice continua positivo desde janeiro, quando a atividade econômica iniciou uma sequência de avanços.
Na comparação com abril de 2024, o IBC-Br cresceu 2,5%. Já no acumulado de 2025 até agora, a alta foi de 3,5%. Nos últimos 12 meses, o crescimento alcançou 4%.
O que é o IBC-Br
O IBC-Br é considerado uma espécie de prévia do PIB (Produto Interno Bruto). Ele mede a produção do país em setores como agropecuária, indústria, serviços e impostos. Diferente do PIB oficial, esse índice não leva em conta o lado da demanda.
Mesmo com essa diferença, o Banco Central usa o IBC-Br como base para suas decisões sobre a taxa básica de juros (Selic).
Mercado espera ritmo mais lento
Em 2024, a economia surpreendeu com crescimento de 3,4%, acima do previsto. Porém, analistas já esperam desaceleração em 2025. A principal razão seria o juro alto, mantido pelo Banco Central para controlar a inflação.
Atualmente, a Selic está em 14,75% ao ano, após seis altas consecutivas. A autoridade monetária defende que a economia precisa desacelerar para que a inflação fique sob controle.
Segundo o próprio BC, os juros já começaram a frear a atividade econômica. Em maio, a instituição afirmou que o impacto deve crescer, inclusive no mercado de trabalho.
Projeções para 2025
O mercado financeiro projeta um crescimento de 2,2% para 2025, número bem inferior ao registrado no ano passado. Esse cenário mais contido reforça a expectativa de que o Banco Central interrompa a alta dos juros ainda neste semestre.