
Em um mundo cada vez mais instável, a possibilidade de uma guerra nuclear — embora remota — desperta temores globais. Afinal, se um conflito dessa magnitude explodisse, o Brasil estaria a salvo? A resposta não é simples, pois depende diretamente de quem travaria a guerra e dos alvos definidos.
Quem são as superpotências nucleares?
Atualmente, três países concentram o maior poder de destruição nuclear do planeta:
- Estados Unidos, com os mísseis Minuteman III (alcance: 13 mil km)
- Rússia, com o R-36 “Satan” (alcance: 16 mil km)
- China, com o DF-41 (alcance: até 15 mil km)
Todos esses mísseis são capazes de atingir qualquer ponto do planeta, incluindo o Brasil. Portanto, se o conflito envolvesse essas potências, nenhum país estaria completamente fora de risco — mesmo que não fosse um alvo direto.
O que acontece se o conflito envolver potências regionais?
Em outro cenário, em que EUA, Rússia e China fiquem fora do conflito, o Brasil teria uma chance muito maior de escapar dos impactos diretos. Os demais países com armas nucleares — como Índia, Paquistão, Israel, Coreia do Norte e Reino Unido — têm mísseis com alcances mais limitados.
Por exemplo:
- Israel: míssil Jericho 3 (até 6.500 km)
- Irã: míssil Soumar (até 3.000 km — sem ogiva nuclear)
- Coreia do Norte: Hwasong-14 (até 10.400 km)
- Índia: Agni-III (5.000 km)
- Paquistão: Shaheen 2 (2.000 km)
Nesse contexto, o Brasil ficaria fora do raio de alcance da maioria desses armamentos, desde que não se envolvesse militar ou diplomaticamente no conflito.
Brasil como alvo: improvável, mas não impossível
Ainda que o país não seja um inimigo direto de nenhuma potência nuclear, a possibilidade de ser atingido não pode ser totalmente descartada. Isso porque, em cenários extremos, alvos secundários ou países aliados de nações em guerra podem acabar sendo atingidos, intencionalmente ou por erro.
Além disso, um conflito global poderia afetar sistemas de comunicação, cadeias de suprimento e provocar colapsos econômicos internacionais — o que impactaria todos os países, direta ou indiretamente.
E se a guerra fosse entre Irã e Israel?
Essa tensão específica vem se intensificando. O Irã possui o maior arsenal de mísseis do Oriente Médio, embora ainda não tenha uma bomba nuclear. Já Israel, que não confirma oficialmente seu poderio atômico, é amplamente reconhecido como potência nuclear não declarada.
Caso o conflito entre os dois escale, os mísseis teriam como alvos principais bases americanas na região, Israel, e eventualmente partes da Europa — não o Brasil.
Conclusão: o Brasil pode até escapar, mas não ileso.
Fonte: O Globo