Evento aconteceu em 2017, mas Só foi reconhecido agora
O raio ocorreu em 22 de outubro de 2017, durante uma tempestade intensa. A confirmação só veio agora, após uma reanálise dos dados com tecnologias mais modernas. O satélite GOES-16, da agência norte-americana NOAA, captou o fenômeno, que passou despercebido nas análises iniciais.
Distância impressionante e comparações inusitadas
A extensão do relâmpago equivale à distância entre Paris e Veneza. Ele superou o recorde anterior em 61 quilômetros, registrado em 2020 nos Estados Unidos.
Como esse raio foi possível?
O raio atravessou um sistema convectivo de mesoescala, típico das Grandes Planícies dos EUA. Esse tipo de sistema favorece tempestades duradouras com descargas elétricas mais extensas.
Relâmpagos comuns duram menos de um segundo e percorrem até 16 km. Já o chamado “mega relâmpago” precisa de nuvens muito maiores para se formar.
Avanços tecnológicos ajudam a compreender o fenômeno
Segundo Randall Cerveny, da OMM, o novo recorde mostra como a tecnologia permite observar fenômenos naturais com mais precisão. Ele afirmou:
“A natureza ainda nos surpreende. Mas hoje, conseguimos registrar com exatidão o que antes passava despercebido.”
A secretária-geral Celeste Saulo ressaltou os riscos desse tipo de fenômeno. Relâmpagos com grande extensão podem afetar voos, provocar incêndios e representar risco à vida. Por isso, estão entre as prioridades da OMM em estratégias de alertas precoces.
Participação brasileira na descoberta
A brasileira Rachel Albrecht, professora da USP e especialista em eletricidade atmosférica, participou da análise que confirmou o recorde. Ela integrou uma equipe internacional de cientistas.
Outros Recordes Impressionantes
Além desse raio recordista em extensão, a OMM já registrou:
O raio mais duradouro, com 17 segundos sobre a América do Sul, em 2020.
O raio mais mortal, que causou 469 mortes no Egito ao atingir tanques de combustível e provocar um incêndio.
Fonte: Globo