
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (23/9) que um eventual encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano, Donald Trump, pode impulsionar negociações em temas de interesse comum, como a reversão das tarifas de 50% aplicadas pela Casa Branca contra o Brasil.
“Agora parece que o companheiro Trump gostou do companheiro Lula”, disse Haddad ao comentar as declarações do republicano sobre o petista durante a abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
A fala ocorreu durante o 2º Congresso de Direito Tributário do Instituto de Direito Público (IDP), em São Paulo. Haddad destacou que ainda será necessário um processo de negociação para que o diálogo avance, mas ressaltou que a prioridade brasileira é separar questões políticas de econômicas e buscar a eliminação total das barreiras comerciais.
De acordo com o ministro, a decisão de aumentar as tarifas em 40%, somadas às primeiras de 10%, foi “economicamente e politicamente errada”. Ele acrescentou que os efeitos da política de Trump já atingem consumidores norte-americanos, exemplificando com o encarecimento do café e da carne bovina nos Estados Unidos.
Haddad também lembrou que esteve reunido recentemente com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em Washington. No entanto, afirmou que “alguém deu uma brilhante ideia” de elevar ainda mais as taxas, em referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, segundo ele, atuou junto ao governo norte-americano para pressionar por sanções ao Brasil.