Fazenda eleva previsão do PIB para 2,5% e reduz estimativa de inflação para 2025

Agropecuária impulsiona crescimento, mas governo prevê desaceleração no segundo semestre

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi

O Ministério da Fazenda revisou para cima a projeção de crescimento da economia brasileira em 2025. A nova estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,4% para 2,5%, segundo o Boletim Macrofiscal divulgado nesta sexta-feira (11). Essa revisão reflete principalmente o avanço da agropecuária e o fortalecimento do mercado de trabalho.

Além disso, o governo ajustou para baixo a previsão oficial de inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A nova projeção caiu de 5% para 4,9%. Embora menor, esse número ainda ultrapassa o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, fixada em 4,5%.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) destacou que a colheita de milho, café, algodão e arroz impulsionou a revisão no setor agropecuário. Com isso, a expectativa de crescimento da área subiu de 6,3% para 7,8%. O setor de serviços também apresentou melhora: passou de 2% para 2,1%. Por outro lado, a indústria mostrou sinais de fraqueza, com previsão reduzida de 2,2% para 2%, refletindo os efeitos dos juros elevados.

Apesar do cenário mais favorável, a SPE prevê uma desaceleração da economia no segundo semestre. Para 2026, a estimativa de crescimento do PIB caiu ligeiramente, de 2,5% para 2,4%.

O boletim não considerou os impactos das novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. A medida eleva de 10% para 50% o imposto sobre alguns produtos brasileiros. Como os dados foram fechados antes do anúncio, os técnicos da SPE acreditam que os efeitos devem ser pontuais e restritos a setores específicos, sem alterar significativamente a projeção de 2025.

Inflação e outros indicadores também mudam

O governo também revisou outras estimativas inflacionárias. A previsão para o INPC — índice usado para reajustar o salário mínimo e aposentadorias — caiu de 4,9% para 4,7%. Já o IGP-DI, que mede os preços no atacado e é mais sensível ao câmbio, recuou de 5,6% para 4,6%.

Esses números servirão de base para o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado em 22 de julho. O documento ajuda a ajustar a execução do Orçamento e pode levar ao bloqueio de despesas não obrigatórias, caso o governo identifique risco no cumprimento das metas fiscais.

 

Fonte: Agência Brasil